sexta-feira, 3 de abril de 2015
Helena
Ela caminhava sempre com pressa, sempre sem muito notar o mundo ao seu redor.
Ainda com sua característica apressada seu cabelo sempre estava perfeitamente escovado.
Seus olhos continham o brilho de uma jovem adulta, mas a canseira de horas de trabalho.
Nada tirava sua atenção do pequeno aparelho celular em suas mãos.
Até porque sua caminhada era da Av. Paulista, até sua casa na Freguesia do Ó.
Nada se alterava.
Helena era o orgulho dos pais, o milagre da empresa.
Ainda não tinha seus completos 27 anos.
Mas tão rápido quanto o tempo de raciocinar a luz veio rápido em sua visão.
Mal dando-lhe tempo de pensar ou de tirar os olhos do aplicativo sobre a bolsa de valores do celular.
Estava deitada, com um gosto salgado na boca que naquele momento não soube definir o que era.
Vozes desconhecidas, sirenes, pessoas em seu campo de visão.
Mas a unica coisa que Helena conseguia ver era a Chuva caindo no asfalto.
De como estar imóvel no chão atrapalharia o Jorge, o moço que trabalhava na cafeteria que frequentava todos os dias a chegar a tempo no cursinho.
E provavelmente a Dona Maria, que precisava chegar em casa para preparar a janta para três crianças pequenas.
Então deprimida com a seu egoismo de fazer os bombeiros intermediarem 2 faixas no horário de pico, Helena dormiu.